Hoje em dia, é muito comum nas emissoras a estratégia de destinar um break exclusivo para determinado produto, estratégia esta que traz grande visibilidade à empresa anunciante e também a ideia de que o programa onde está sendo veiculado esse anúncio é valorizado no mercado.
A partir disso, chegamos a esse anúncio do SBT em 03 de junho de 1984. Não é um anúncio comum. Nele, o SBT reivindica a criação do break exclusivo na TV brasileira, em janeiro daquele ano, uma vez que a Globo teria “copiado” a estratégia comercial em comunicado às agências de publicidade em maio de 1984. O SBT, claro, no seu histórico de sempre cutucar com classe a concorrência, disse em alto e bom som: “Rede Globo confirma SBT”. Àquela época, isso representava muito, ainda mais com o SBT com menos de 3 anos de “vida”.
Porém, o SBT expõe no anúncio que o break exclusivo seria muito mais vantajoso na emissora, sendo executado na linha de shows durante toda a semana, sempre na faixa das 20 ou 21 horas. As atrações que contavam com esse break exclusivo eram: Mulher é um Show, Show sem Limite, Programa Flávio Cavalcanti, TV Total, Novos Talentos e Show Riso. Já na Globo, à época, o break exclusivo era aberto apenas nas sessões de cinema de fim de noite e já de madrugada.
Outro destaque do anúncio são os dados do IBOPE demonstrando a alta proporção de público das classes C/D nos programas do SBT em detrimento à Rede Globo, como se pode perceber da tabela do anúncio. Embora a comparação se dê em horários diferentes e atração bem distintas, essa foi uma marca (e muito marginalizada) que o SBT teve de conviver durante vários anos, especialmente na década de 80.
Curiosamente, quem respondia pelo departamento comercial do SBT neste período (e, portanto podemos considerá-lo o criador intelectual do break exclusivo na TV brasileira) era um publicitário, Rubens Carvalho, que faleceu recentemente, em outubro de 2011. Em 1978, antes de ingressar na TVS/SBT, Rubens foi uma das primeiras vozes a levantar contra o monopólio do IBOPE na medição de audiência da TV brasileira, propondo à Associação Brasileira de Anunciantes a criação de um instituto de pesquisa. Depois, já no SBT, o publicitário continuou sua saga propondo mudanças e alternativas ao IBOPE. O fim, todos sabem. Tudo em vão.
Por fim, o slogan que o SBT adotava à época: “A comunicação do Brasil”. A ideia era reforçar bastante a identificação popular com o “novo” canal que já se estabelecia firme na vice-liderança. Foi a partir desse slogan, em 1983, que a emissora passou investir em divulgação em massa de suas atrações em veículos da imprensa e, já ao debutar nas suas investidas de marketing, levou o Prêmio TOP Marketing 1983, conforme realça o anúncio. Em 1998, o SBT voltaria a usar o “Brasil” nas suas campanhas, dessa vez com a campanha “A Cara do Brasil” e o marcante slogan SBT é Brasil, é Sistema Brasileiro de Televisão.
Um novo quadro no blog, o Cartas e Cartazes, com apoio do site SBTpédia. O quadro irá mostrar anúncios que o SBT fazia no passado, provocando as emissoras, o QUADRO VAI AO AR TODA TERÇA-FEIRA este é o primeiro.
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