A mudança de postura do comando do SBT ao determinar que Rachel Sheherazade fique de boca calada durante o principal jornal do SBT vai contra a determinação de Silvio Santos e Daniela Beyruti que foram os artífices da contratação de Rachel exatamente pelo perfil de sua personalidade combativa e polêmica sobre os assuntos.
Esta coluna foi a única a escrever e duvidar da continuidade da liberdade de Rachel pra falar sobre tudo.
E tínhamos motivo pra tal pois o Grupo Silvio Santos passou por um momento de dificuldades financeiras e políticas com o Banco Panamericano, tanto quando precisou vender uma parte do banco pra Caixa Econômica quanto depois quando se descobriu grandes diferenças reais de caixa do banco.
A atuação do Palácio do Planalto e Banco Central na resolução do problema do banco, criando um comprador que ainda pagou uma promissória pelo banco de caixa sem caixa, caixa coberto pelo Fundo Garantidor de Crédito gerido pelos bancos, que deram o dinheiro sem receber nem 10 por cento da cobertura do caixa, fazendo com que o Grupo Silvio Santos não precisasse vender absolutamente nada pra cobrir a conta, tudo isto acaba criando um cenário onde fica difícil a existência de um jornalismo agressivo e de crítica ao governo.
Neste cenário aparece Rachel Sheherazade, com declarações polêmicas, embora reais e que mexem com a cabeça do povo, mostrando os desmandos de um governo que se perdeu faz tempo e nem conhece o caminho certo pra governar povo.
Lógico que tal jornalista teria curta atuação de liberdade.
Não precisava ser mágico pra saber tal coisa.
Agora uma deputada federal abriu processo contra Rachel e o SBT.
Não vimos esta tal deputada pedindo satisfações públicas quando a Caixa Econômica comprou parte do Banco Panamericano.
Não vimos esta tal deputada pedindo satisfações públicas nem depois que apareceu a diferença de caixa do Banco.
Mas agora pede satisfações porque uma jornalista mostrou-se indignada com a violência de menores que se encontram livres pra matar sem punição à altura.
Não vimos esta tal deputada visitar as famílias de vítimas dos matadores menores que atiram sem piedade e por prazer.
Mas agora quer calar a palavra de uma jornalista plenamente reconhecida pelo povo que trabalha e que está de saco cheio de assaltos e mazelas.
Não vimos a tal deputada protestar contra construções de campos de futebol num país de baixa estrutura de saúde, quase nenhuma estrutura de educação e nenhuma estrutura de segurança pública.
Mas vimos a tal deputada querendo cassar a concessão de uma emissora de televisão que emprega milhares de pessoas e dá alimento a milhares de famílias.
Calaram a boca de Rachel Sheherazade.
Mas não calaram a boca de Danilo Gentilli e seus companheiros.
Na noite passada, numa gostosa entrevista com Fafá de Belém, quando Fafá se mostrava sem entender direito porque construíram mega campos de futebol pra uma Copa num Brasil de tanta falta de estrutura pra tudo, ali no palco e sem cerimônias, o músico Roger contou pra ingênua Fafá que construíram mega arenas sem utilidade pra ganharem dinheiro.
Aliás o músico Roger falou a palavra roubo com toda naturalidade.
Aliás o músico Roger falou a palavra roubo com toda naturalidade.
Outros momentos do programa de Gentilli demonstraram que ainda existe palavra lúcida dentro do SBT.
Pode nem ser no jornalismo mas o que vale é que exista.
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